29/08/10

Robots chegam às escolas: irão eles substituir os professores?

Nos anos 80, em seu Manifest for Cyborgs, Donna Haraway declarou que somos todos ciborgues, mas nada pode se comparar ao corpo maquínico que está a tomar forma nos principais centros de pesquisa no mundo.
Enquanto a Educação se está contorcendo para se adaptar à internet, uma revolução mais lenta e silenciosa começa a despontar num horizonte não muito distante. Trata-se da chegada do pós-humano à sala de aula.
Numa reportagem publicada no site do New York Times (Students, Meet Your New Teacher, Mr. Robot) somos informados de várias pesquisas que estão sendo feitas, um pouco por todo o lado, com a finalidade de desenvolver robots para ensinar humanos, de simples movimentos repetitivos até idiomas.
Na Coreia do Sul, há já escolas que estão contratando centenas de robots para actuarem como professores auxiliares, como colegas de sala  e para ensinar inglês.


Criança coreana aprendendo idiomas com o robot Engkey


A maioria dos cientistas diz que não há nenhuma intenção de substituir os professores humanos por robots, mas sim que eles actuem como coadjuvantes no processo de ensino-aprendizagem.
Os modelos mais avançados são completamente autónomos, guiados por software de inteligência artificial que permite o reconhecimento de movimentos e fala.


Esquema de reconhecimento facial do robot RUBI.
Clique sobre a imagem para ampliar.



Robot Simon categorizando objceto


Para os investigadores, o rítmo de inovação é tal que essas máquinas devem começar a aprender como ensinar, como o robot Simon, tornando-se infinitamente pacientes e altamente informados, eficazes no ensino de idiomas e em terapias repetitivas no tratamento do autismo.
Neste momento, é impossível inventariar as consequências dessas relações entre humanos e máquinas sem fazer especulações, mas podemos ficar certos que o encontro da neurociência com a robótica e com nanotecnologia irá modificar de forma radical o que entendemos por relação social, presença, espaço, tempo, afectividade, aprendizagem ou, até, evolução humana. 

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