27/01/15

diz-me

porque me dóis?
porque me afundo em ti?
porque te quero se me enegreces por dentro?
porque pingo sangue frio?
porque arde o teu gelo no fogo da minha paixão?
porque te quero longe, se vives em mim?

porque te nego, se te desejo?
porque me dás sombra, ó meu sol que costumavas ser?
porque sofro por ti, tu que eras a minha cura?
porque te espero, se desejo a tua partida?
porque te afasto, aproximando-me?

poquê o doloroso vazio do quase depois da experiência do comum?
porquê adiar o inevitável?

porque te digo adeus como a um sonho estranho?

coimbra, 27.01.15
adeus, s.



Sem comentários: