para S.:
tenho a cegueira nas mão, na ânsia de encontrar as tuas
tenho a cegueira nas mão, na ânsia de encontrar as tuas
cavo novos buracos enquanto tento fechar velhos fossos
numa urgência de vida que traz consigo a morte
mergulho na tua sombra à procura da luz. o teu sol declina
não quero a tua escuridão. já tenho a minha
deslizo na lâmina da dor quando dela quero escapar
a voar
tens silêncios de arame farpado que riscam o fogo do meu tórax
viro gelo. as garras no nada a esgravatar o frio
construo o vazio na ânsia de o preencher
pressentimos ao longe o dialeto do mar: essa voz em movimento que sussurra a imutabilidade
pressentimos ao longe o dialeto do mar: essa voz em movimento que sussurra a imutabilidade
coimbra, 23.12.14
os versos em itálico foram retirados de O Nome das Árvores, de Rui Fragas
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